Sana Silver Coast
Há pouco tempo, para visitar um amigo, voltei a passar à porta do Sana Silver Coast, no centro das Caldas da Rainha. E alegrou-me o facto de, há mais de três anos, não ter falhado a previsão. O objetivo deste renascer do Grand Hotel Lisbonense passava por reconquistar a cidade, e o atual movimento pelas suas esplanadas mostra que a aposta foi ganha.
Já na altura, ainda acabadinho de abrir portas, fosse de dia ou de noite, a esplanada que acompanha toda a frente do hotel, o restaurante e o bar interior que partilham o nome Lisbonense enchiam-se de caldenses, concedendo vida ao hotel. Foi, aliás, com agrado que, mesmo chegando já um pouco fora de horas, pude saborear uma refeição leve ao ar livre. Uma gigantesca tosta mista com algumas batatas fritas a acompanhar.
Enquanto me deliciava com o ambiente no exterior, junto ao hall de entrada o ambiente mostrava-se barulhento q.b., com sumptuosos cadeirões coloridos que arrumam o bar de forma simétrica quase todos ocupados. A casa cheia revelava também a franca simpatia que observei ser sabiamente usada quer com os hóspedes quer com clientes externos. A sensação de se ser bem-vindo no Sana Silver Coast é imediata.
O cenário repete-se pela manhã, sobretudo ao fim de semana, como quando dormi no hotel. Entre apontamentos verdes e floridos, divido a esplanada com turistas, grupos de jovens amigos e famílias com crianças que ocupam as mesas e cadeiras de jardim em verga escurecida ou os sofás de palhinha branca cujo conforto é garantido por almofadões roxos.
A noite, felizmente, é menos animada. O quarto encarrega-se das funções principais para garantir uma boa estada: uma cama confortável, um duche revigorante e pesados cortinados, em tons negro e ouro, que permitem prolongar as horas de sono manhã dentro.
Não sendo grande, o quarto alcatifado mostrou-se suficientemente espaçoso para que não tenha sentido a mistura de tons terra com dourados claustrofóbica. Já a zona de trabalho, numa estreita bancada em madeira, era diminuta, limitando os movimentos para quem, como eu, leve o computador para os hotéis.
Mas o que mais me ficou do hotel Sana Silver Coast foi a sua história e como a mesma é transposta para o presente. Casais que voltam porque os filhos decidem presenteá-los com uma noite no hotel onde passaram a lua-de-mel, ou gente que apenas entra no espaço para dois dedos de conversa e contar a sua experiência do Grand Hotel Lisbonense, outrora poiso de aristocratas, artistas e políticos.
Para não desiludir a busca de recordações, foi criada uma espécie de memorabilia: vários objetos do hotel original, loiças, livros com a sua história e recortes de jornais das Caldas da Rainha onde aparecia o Grand Lisbonense.
Ainda no quarto onde fiquei, uma frase atribuída a Rafael Bordalo Pinheiro resume bem a experiência: “Muito agradecido à gentileza com que fui recebido nas Caldas.”
Como é o Sana Silver Coast?
“Mais que um hotel, representou o renascer de um ícone da cidade. E os caldenses retribuíram o gesto acolhendo-o no seu dia-a-dia.” Carla B. Ribeiro
Localização
O Sana Silver Coast fica mesmo no centro das Caldas da Rainha, cidade a partir da qual se pode descobrir a romântica Óbidos ou as piscatórias Peniche e Nazaré (sem esquecer as famosas ondas que têm feito correr tinta e trazido muitos curiosos à região).
Morada: Avenida Dom Manuel Figueira Freire da Câmara, 2500-184 Caldas da Rainha
Quartos
São 80 quartos e oito suites, todos equipados com televisor LCD, Internet sem fios e cofre digital. Fiquei num dos 80 quartos, com uma casa de banho pequena mas funcional, esculpida a preto e branco, e um espaço de dormir onde sobressaíam os materiais nobres: madeira escura do mobiliário ou apontamentos em pele num sofá de canto, nas mesinhas de cabeceira, no encosto da cama ou nos banquinhos de apoio aos seus pés.
Atmosfera
O facto de o hotel ser muito frequentado pela comunidade local imprime-lhe alguma animação. Há famílias com filhos pequenos, viajantes em negócios e casais seniores. Sendo um hotel de quatro estrelas, tem por objetivo prestar um serviço de cinco estrelas, o que por altura da minha estada era conseguido em alguns pequenos detalhes e cuidados.
Pequeno-almoço (café da manhã)
No buffet, há opção continental ou pratos quentes, com ovos mexidos e bacon. Não sendo extraordinário, é bastante variado.
Conclusão
- Pontos fortes: ambiente descontraído, serviço, conforto da cama.
- Pontos fracos: mesas de trabalho nos quartos demasiado pequenas.
- Em resumo: muito recomendável.
- Ideal para: casais de todas as idades, com ou sem filhos, grupos de amigos. Para quem esteja de visita às Caldas da Rainha é de passar na esplanada ou no bar, dependendo da altura do ano, mesmo que não se fique hospedado no hotel.
- Preço: desde 62€ duplo · Ver preços
- Data da estadia: set. 2011