Royal Garden Hotel
Há bambus, ilustrações com caracteres japoneses (julgo eu), porcelanas orientais, e todo o mobiliário, em madeira escura, faz lembrar o Japão. Um hotel de inspiração oriental aqui, em São Miguel? Porquê? Assim de repente, não me ocorre qualquer ligação. Terá a ver com o chá? É mais ou menos consensual que a planta – da qual existem enormes plantações aqui mesmo em São Miguel – foi trazida pelas naus portuguesas que voltavam do Oriente. Ou então com a criptoméria, a árvore nacional do Japão, que se encontra disseminada em todo o arquipélago, tanto na floresta como nas cidades. Será isso?
Sem chegar a uma conclusão satisfatória, decidi abandonar as explicações rebuscadas e aceitar que o Royal Garden é só um hotel moderno e que alguém, por acaso, escolheu para tema da sua decoração os motivos orientais. Já está. Além da decoração, a inspiração manifesta-se também num jardim japonês – com pedrinhas, lagos e cascatas, pontes, bancos de madeira e cercas de bambu – construído num pátio aberto que fica no centro do quadrado formado pelo edifício do hotel. À volta há mesas e cadeiras e ali pareceu-me logo ser o local para estar.
O Royal Garden Hotel, do grupo Investaçor, fica numa ruazinha secundária numa zona residencial de Ponta Delgada, afastado da marginal e onde o único ruído que chega é o dos aviões que, pela manhã, aterram no Aeroporto de Ponta Delgada. Mas são poucos, nada que incomode muito. Passei duas noites neste hotel para assistir a um congresso sobre turismo que decorreu em Ponta Delgada e posso dizer que o sossego ali está garantido.
Tive pouco tempo livre mas, havendo um piscina, arranja-se sempre um bocadinho para um mergulho. O Royal Garden Hotel tem duas: uma coberta e outra aberta, e também aquecida, nas traseiras do hotel, que é um bom sítio para relaxar em baixo das palmeiras. Tendo em conta a instabilidade do tempo aqui pelas ilhas açorianas – tão depressa chove como faz sol – este é um pormenor a ter em conta. Tive sorte e pude usar a de fora num fim de tarde de setembro muito ameno.
O Royal Garden Hotel tem um court de ténis e no fitness center, onde fica a piscina coberta, também existe jacuzzi, sauna, banho turco, ginásio e hidromassagem, o que já assegura algum entretenimento caso o tempo não colabore. Quem alugar um carro para explorar a ilha tem uma garagem à disposição que é grátis para os hóspedes.
No fim de contas, e em termos gerais, o que penso que falta ao hotel é um pouco mais de atenção e orientação para o cliente. Passo a exemplificar: a internet é paga (5€/dia), a utilização do court de ténis a mesma coisa, assim como a da mesa de snooker, e até uma chamada telefónica para chamar um táxi vai aparecer na fatura – isto, acho que nunca me tinha acontecido noutros hotéis. Depois, há uma série de procedimentos que os funcionários seguem à regra: quer uma toalha para a piscina? Tem que preencher um papel. Não devolveu a toalha? Vão deixar-lhe um bilhete a dizer para o fazer. Enfim, pequenas coisas que no fim não ajudam a fazer uma boa imagem.
Como é o Royal Garden Hotel?
“É um hotel moderno a uma curta distância do centro de Ponta Delgada, onde tudo se passa à volta de um jardim oriental.” Cláudia Silveira
Localização
O Royal Garden está a quatro quilómetros do aeroporto e a uma curta caminhada do centro de Ponta Delgada e da avenida marginal. A área não é muito movimentada mas é seguro caminhar à noite de volta para o hotel.
Morada: Rua de Lisboa, 9500-216 Ponta Delgada – Açores
Quartos
A maior parte dos quartos está disposta à volta do grande pátio aberto onde fica o jardim de inspiração oriental. Todos têm uma varanda com cadeiras. O meu tinha uma boa área e uma decoração agradável. O colchão era, no entanto, a puxar para o duro, o que a mim pessoalmente não me agrada muito. Com as janelas abertas dá para ouvir o murmúrio suave de água corre no jardim lá em baixo.
Atmosfera
O Royal Garden Hotel tem muitas zonas de estar, sobretudo no primeiro piso, com sofás e poltronas espalhadas pelo espaço em vários lounges. É ai que fica o Piano Bar, o principal local de confraternização do hotel, onde um ecrã gigante não passa despercebido aos fãs de futebol – que eram muitos no fim de semana que passei por lá. No piso térreo fica o restaurante Jardim, que tem uma grande parede de vidro virada para o jardim e onde são servidas as refeições. Não almocei nem jantei no hotel, por isso, nada a dizer sobre a comida. Já os preços não me pareceram muito apelativos.
Pequeno-almoço (café da manhã)
É abundante e variado – com diversos tipos de pão, cereais, compotas, ovos mexidos, bacon, salsichas – mas podia ser um pequeno-almoço servido em qualquer parte do mundo. Ou seja, os produtos locais (os maravilhosos queijos dos Açores!) estão ausentes. Exceção feita às bananas e aos deliciosos abacaxis de São Miguel, esses sim, presentes. É servido no Coffee Shop.
Conclusão
- Pontos fortes: variados e agradáveis espaços de lazer; as duas piscinas, uma exterior e outra coberta.
- Pontos fracos: o hotel cobra por todos os extras: para usar o court de ténis, para jogar snooker, para usar o wi-fi, e até por um telefonema para chamar um táxi.
- Em resumo: aconselhável pela localização e pela estrutura de que dispõe, mas não para mais do que uma ou duas noites.
- Ideal para: estadias de negócios; estadias curtas.
- Preço: desde 54€ duplo · Ver preços
- Data da estadia: set. 2011