Casa Vicentina
Guardo a palavra ternura como a palavra de ordem (o santo e senha) de todas as idas à Casa Vicentina, e foram muitas desde a sua abertura. Mantenho este amor vai para quinze anos e tem sido um amor de vento em popa, resguardado pelos elísios da costa alentejana e a lhaneza de alpendres feitos com o engenho da poesia.
A casa está situada no coração do Parque Natural da Costa Vicentina, nas imediações da praia de Odeceixe, e a escolha deste recanto marca-lhe logo o caráter de excepção. Ao todo são 17 hectares cercados por uma muralha de sobreiros e pinheiros para dar guarida a um conjunto de quartos geminados de paredes de adobe, todos com a sua identidade e carisma. Eis outra palavra a considerar – carisma – que muito se deve à alma do lugar, José de sua majestade, um decano do negócio do turismo rural que aqui encontrou tudo o que precisava para a sua forja. Uma amizade à primeira vista, posso dizer, forjou-se logo ali, segundo o princípio de que os amigos não se fazem, reconhecem-se. É bom, muito bom, voltar a casa, como o bom filho que à casa torna, e ter o quarto disposto a rigor e os mimos a condizer. Por exemplo, um cântaro de água fresca coberto por um naperão ou o vinho do agrado da família.
Este é lugar onde tanto quadram casais em lua-de-mel (ou segundas e terceiras núpcias) como famílias numerosas, que ali têm soluções de casa familiar numa atmosfera de retiro de férias. Há depois dois elementos preciosos: as piscinas, artificial e natural, estão à distância de um curto sprint, evitando-se assim o sobressalto de ter que estar em cima dos filhos pequenos para manter a vigilância. Pode-se até estar de perna traçada sob o alpendre enquanto as crianças se entretêm a banhos.
Os cuidados para proporcionar uma estadia memorável, mas de igual modo simples vão até à cozinha, que é uma cozinha de uma casa tradicional alentejana, onde se podem comer todas as refeições. Em redor e a menos de meia hora de distância encontram-se uma mão cheia de restaurantes muito recomendáveis. No entanto, ao longo dos anos a Casa Vicentina tem-se esmerado para ser uma alternativa de respeito. Pode escolher-se a casa para uma estadia de fim de semana ou para uma quinzena de férias sem nunca cair no tédio. Mais: é destino capaz de encher as medidas de viajantes fora da estação, sendo o inverno uma estadia tão ou mais sedutora, de piscinas trocadas por cadeirões e mantas e lareiras.
Um dia na Casa Vicentina deverá começar cedo, para descer então à praia de Odeceixe, uma das vinte ou mais num curto raio de distância, e dela tirar o melhor proveito, quando os únicos convivas são as legiões de caranguejos ocupados em zelar pela proteção das águas. Deve ainda considerar-se um almoço capitoso de marisco e peixe fresco e, se Odeceixe for o porto, logo ali em frente há um par de escolhas.
A vida do viajante correrá mansa, entre braçadas, poses de praia, lentos manjares e muita conversa sobre a sorte dos que aqui moram e dos que vêm à procura de um dos mais belos rincões de costa do país. E quando a noite chegar haverá sempre o sorriso do José e a afortunada hospitalidade da Casa Vicentina. Como diz José dizendo tudo, “aqui o tempo sente-se de uma forma diferente. As horas passam devagar e os relógios são objetos dispensáveis”.
Como é a Casa Vicentina?
“Como diz José dizendo tudo, ‘aqui o tempo sente-se de uma forma diferente. As horas passam devagar e os relógios são objetos dispensáveis.’” Tiago Salazar
Localização
Localizada em pleno Parque Natural, perto da praia de Odeceixe, a Casa Vicentina é um sonho tornado realidade. Nos 17 hectares da propriedade rodeada de sobreiros e pinheiros, o anfitrião José deu corpo às suas ideias numa harmonia perfeita de conforto e preservação ambiental.
Morada: Monte Novo, 8670-312 Odeceixe
Quartos
Há 12 suites com várias tipologias e todas apostadas em seguir à letra a palavra conforto. A disposição das casas cria uma atmosfera de privacidade, essencial para tirar o melhor partido da estadia.
Atmosfera
Seguiu-se a lógica da aplicação de cores da natureza, com paredes de adobe e o uso exclusivo de materiais ecológicos a garantirem um ambiente acolhedor e termicamente equilibrado, numa casa onde o bem-estar dos convidados é a prioridade.
Pequeno-almoço (café da manhã)
É um dos fortes, com uma ementa composta de grande variedade de pão da região, sumo de laranja natural, café e chá, leite quente e frio e chocolate, manteiga, bolo caseiro, azeite, fiambres, queijo flamengo e fresco, compotas caseiras, cereais, iogurtes, fruta variada, mel caseiro bem como ovos e omeletas (a pedido).
Conclusão
- Pontos fortes: a localização, o acolhimento, a qualidade do serviço.
- Pontos fracos: não estar mais perto de Lisboa (que dizer do Porto…).
- Em resumo: turismo rural ideal para quem precisa de retemperar forças ou voltar viver uma lua-de-mel, embora famílias também descubram aqui um poiso encantador.
- Ideal para: para todos os apaixonados pela paz de espírito.
- Preço: desde 64€ duplo · Ver preços
- Data da estadia: jul. 2013