Quinta da Bouça D’Arques
Na segunda metade de 2014, eu e dois amigos, jornalistas como eu, demos uma Volta a Portugal ao volante de um automóvel. O objectivo era simples, como devem ser todos os grandes projectos: incapazes de tocar qualquer instrumento, não tendo por isso possibilidade de criar uma banda de garagem que pudesse celebrar a nossa amizade, resolvemos agarrar nas canetas e fazer jornalismo de estrada durante 80 dias. Redescobrir o país e contar histórias pelo caminho.
Como correu? Correu bem, obrigado, recomendo inclusive que façam o mesmo – há quanto tempo não pega no carro e vai por aí fora, um fim de semana sem destino, à descoberta, sempre por estradas nacionais? – mas não teria, certamente, corrido tão bem se aqui e ali não tivéssemos dormido em locais como a Quinta da Bouça D’Arques, a cerca de dez quilómetros de distância de Viana do Castelo. Pernoitar em Pousadas de Juventude era o nosso plano, foi o nosso plano, por uma questão de custos, mas é sabido que depois dos trinta (e dos quarenta), as camaratas nem sempre são a janela ideal para ver o mundo e a possibilidade de dormir numa quinta no meio do campo eleva-se a uma espécie de son(h)o perfeito. E que quinta!
Foi João Couto quem nos recebeu, já de noite, ele quem juntamente com a mulher, Ana, gere esta antiga propriedade de seis hectares localizada na Vila de Punhe, em pleno Vale do Rio Neiva. Estamos a poucos minutos do litoral, do rio Lima e de uma capital de distrito, mas assim que se transpõe o portão a sensação é a de que acabamos de entrar numa espécie de oásis a centenas de quilómetros da civilização. Se o melhor dos dois mundos existe, eis um bom exemplo.
João leva-nos de imediato a um restaurante nas redondezas do qual já não recordo o nome mas que dificilmente esquecerei a comida – os proprietários da Quinta da Bouça D’Arques não hesitarão em sugerir este e outros locais de referência, afinal a proximidade com os hóspedes é uma das marcas da casa – e por ali ficamos à conversa, outro “prato” tipicamente nortenho. E só não ficámos mais tempo devido ao (nosso) cansaço.
Um jantar, uma noite e uma manhã foi quanto bastou para recarregar baterias depois de muitos e longos dias de estrada. Não somos gente esquisita, tomamos o pequeno-almoço em qualquer canto e de qualquer banco de pedra fazemos uma sala de cinema, se preciso for; mas fazê-lo na Quinta da Bouça D’Arques, ao ar livre, em pijama, num pequeno terraço privado rodeado pelo verde das vinhas e da floresta, sempre nos poupa o trabalho da imaginação. Para quê comprar uma casa de campo quando podemos alugar uma casa destas durante alguns dias? – damos por nós a perguntar.
Sete casas, na verdade, todas elas diferentes e com personalidade própria. Há umas mais clássicas, antigos edifícios agrícolas convertidos em casas de hóspedes, e outras mais recentes, verdadeiras obras de arquitectura contemporânea em que a madeira, o vidro e o betão são os elementos dominantes. Em todas elas a essência minhota. Calhou-nos a Casa da Lavanda, composta por dois quartos, uma sala, kitchenette e um pequeno terraço/jardim exterior privativo com tudo o que é imprescindível para dois casais de amigos ou uma família.
Tentamos com que os clientes deixem o stress lá fora – diz-nos João, já no final da manhã. – Foram à piscina? – E à mata? É perfeito para fazer caminhadas…
Foi para onde seguimos de imediato, conscientes de que se não tivéssemos uma viagem de 13 mil quilómetros para cumprir e uma curiosidade de gato que não nos deixa assentar, ainda hoje ali estaríamos, porventura, 80 dias às voltas na propriedade, à espera do sol e da Primavera para que pudéssemos voltar a mergulhar no coração do Minho.
Como é a Quinta de Bouça D’Arques?
“De um sítio rodeado por vinhas e florestas, não se espera outra coisa que não uma atmosfera tranquila. A serenidade é total, tal como o conforto.” João Ferreira Oliveira
Localização
A quinta fica localizada em pleno Vale do Rio Neiva, na Vila de Punhe, a apenas 10 quilómetros de Viana do Castelo e 40 quilómetros do Porto. O campo em pleno litoral norte.
Morada: Rua Abreu Teixeira 333, Vila de Punhe, Viana do Castelo
Quartos
Aqui falar em quartos é falar em casas. Sete no total, sendo que seis delas são de tipologia T1 e uma T2 (Casa da Lavanda). De habitações com decoração mais tradicional a outras com arquitectura e design mais moderno, há opções para todos os gostos.
Atmosfera
De um sítio rodeado por vinhas e florestas, não se espera outra coisa que não uma atmosfera tranquila. A serenidade é total, tal como o conforto. Cada casa tem um espaço exterior independente onde é possível tomar o pequeno-almoço. Uma luxuosa (mas simples) vida de campo onde também há massagens à disposição, desde que pedidas com antecedência.
Pequeno-almoço (café da manhã)
Aqui não é preciso tirar o pijama para ir tomar o pequeno-almoço. Quem optar por fazê-lo em casa, numa espécie de terraço/jardim privativo, basta pedir que lhe coloquem um cesto à porta pela manhã. Pão e produtos frescos, com sabor e qualidade nortenha.
Conclusão
- Pontos fortes: A dimensão e a envolvência, seis hectares no meio da vegetação
- Pontos fracos: Nada a registar.
- Em resumo: Seja para férias prolongadas ou uma estadia mais curta, tem aqui um bom aliado para o descanso absoluto. E não apenas para os apaixonados pelo campo, afinal as praias da região estão a cerca de dez minutos.
- Ideal para: casais, famílias pequenas.
- Preço: desde 110€ duplo · Ver preços
- Data da estadia: set. 2014