Casa Agrícola da Levada
A Casa Agrícola da Levada é uma quinta-refúgio constituída por uma casa senhorial e seis apartamentos/estúdios edificados na margem do rio Corgo, a três quilómetros do centro de Vila Real. A sua localização torna-a num excelente ponto de partida para visitar toda a região do Douro, a serra do Alvão e a cada vez mais buliçosa Vila Real. Mas a verdade é que não lhe faltam argumentos para que os hóspedes possam simplesmente querer ficar pela quinta, desfrutando dos espaços.
Há argumentos na casa senhorial, a Casa Grande, construída em 1922 e cuja autoria é atribuída ao mestre Raul Lino. Há-os nos pátios, lá fora, entre camélias, roseirais e esplanadas solarengas. Junto à piscina, para banhos de sol num espaço verde primorosamente ajardinado; ou mais perto do rio Corgo, para fugir do calor e procurar a sombra das árvores nas suas margens. Ou ainda nas casas de granito do que já foi um dos núcleos da aldeia da Timpeira, hoje transformados em seis apartamentos totalmente equipados onde se mistura o ambiente rural com o conforto da modernidade.
Eu tive a sorte de ter ficado alojada na Casa Agrícola da Levada durante um fim de semana muito especial, com o objetivo de participar numa residência de desenho montada pelos mentores do projeto Slow Mile, idealizado por uma norueguesa, um português e uma americana a viver em Itália e que defende o slow travel, ensinando-nos a dispensar máquinas fotográficas em favor do lápis e do sketchbook (projeto que se encontra atualmente a “hibernar”).
Recordo que fomos praticamente inaugurar as casas que Inês Albuquerque, a diligente proprietária da Casa Agrícola da Levada, tinha decidido recuperar, aproveitando as ruínas da antiga aldeia da Timpeira onde no passado viviam os caseiros da quinta. Montamos o atelier de trabalho na casa maior. Ficou a ser a casa dos “professores” e a ampla sala, de janelas rasgadas com vista para as vinhas, tinha a mesa ideal para nos juntarmos no final dos exercícios a avaliar os trabalhos.
As restantes casas daquele núcleo, empoleirado nas margens do Corgo, foram transformadas em refúgio particular de cada um dos participantes. A mim calhou-me a Casa Quadrada, um estúdio pequeno e acolhedor. Inês Albuquerque contou-me que esta minúscula casa, perfeita para um casal, havia sido teto de uma família de oito pessoas que dividiam um espaço onde não havia casa de banho nem aquecimento central. Hoje em dia, estas casas de turismo rural estão munidas de todo o conforto, respeitando a sua traça rural sem abdicar dos confortos da modernidade.
Um conforto que é físico mas também emocional. Como a tranquilidade que me trouxe apreciar as cores vivas do pôr-do-sol aquecendo as paredes de granito, ou de me deixar estar, num fim de tarde, a ouvir as águas do Corgo a serpentear as pedras do caminho. Ou como os faustosos pequenos-almoços servidos numa sala que, em tempos idos, serviu de garagem e casa do motorista. O conforto sente-se no corpo mas também no espírito.
Doces caseiros, pão quente, sumos. E o calor humano de Dona Laurinda e dos outros funcionários que, sob a simpática batuta de Inês Albuquerque, são a verdadeira alma daquele espaço e têm o talento de nos fazer sentir ilustres convidados e velhos amigos. E isso é do melhor que nos podem fazer sentir numa casa de turismo rural.
Como é a Casa Agrícola da Levada?
“Bom ponto de partida para visitar a região do Douro, com a belíssima Casa de Mateus a dois passos, a Casa Agrícola da Levada tem argumentos suficientes até para quem, afinal, nem queira sair de casa.” Luísa Pinto
Localização
Fica a menos de três quilómetros de Vila Real, numa confluência de estradas de cuja saída é relativamente fácil, mas cujo trajeto não está lá muito bem indicado. Lá chegados, os muros da quinta, as cortinas arbóreas e as margens do Corgo compõem os limites de um refúgio que nos isola de toda as confusões, incluindo da A4, ali a dois passos.
Fica pertíssimo da Casa de Mateus (a dona da Casa Agrícola da Levada teve o privilégio de passar a infância nos jardins de Mateus), a dez minutos de Lamas do Olo, um excelente spot na Serra do Alvão para dar mergulhos no rio e fazer um piquenique, e à entrada do Douro, região classificada como Património da Humanidade.Morada:Rua da Capela à Rua Fundadores de Vila Real, 5000-419 Vila Real
Quartos
Há os quartos da Casa Grande, inseridos no edifício que leva a assinatura de Raul Lino, um dos responsáveis por aquilo que se conhece como sendo “A Casa Portuguesa”. E há os quartos inseridos em studios e apartamentos (alguns com três quartos) todos equipados, encavalitados encosta abaixo nas margens do rio Corgo, fazendo ressuscitar um núcleo da velha aldeia da Timpeira. Todos eles respeitam a rusticidade do local e têm o conforto como denominador comum. E o bom gosto dado por uma decoração simples, por vezes minimalista, mas sempre, sempre acolhedora.
Atmosfera
Um ambiente rústico, confortável, e de cariz familiar. Tem sido muito procurado por casais, sobretudo estrangeiros, que se deixam seduzir pela proximidade à cidade de Vila Real e toda a envolvência do Alvão e do Douro Vinhateiro. É também muito apropriado para estadias de um fim de semana, para dar um salto à Casa de Mateus ou apenas descansar o corpo e o espírito.
Pequeno-almoço (café da manhã)
É servido num edifício central, no meio dos pátios e jardins exteriores, onde a exposição solar convida a pequenos-almoços em dias de tempo seco. Pão fresco, sumos naturais, compotas caseiras. Chá, café, leite. O café da manhã está normalmente incluído nas reservas feitas para os quatros da casa grande, mas é servido a pedido de qualquer hóspede que dele queira desfrutar – mesmo os que alugaram um apartamento ou studio em regime de self-catering. E mesmo que não reserve pequeno-almoço, não se surpreenda se de manhã tiver à porta pão fresco acabadinho de sair do forno – não é mencionado na comunicação oficial da Casa, mas é prática corrente. Oferta da casa.
Conclusão
- Pontos fortes: a amplitude da quinta e a diversidade dos seus espaços; o conforto dos quartos, o bom gosto da decoração e a simpatia do pessoal.
- Pontos fracos: nada a assinalar.
- Em resumo: perfeita para a estadia prolongada de uma família ou um grupo de amigos que tenha como objetivo explorar o Douro e a serra do Alvão; casas muito bem equipadas e uma envolvente encantadora.
- Ideal para: famílias e casais de todas as idades.
- Preço: desde 55€ duplo · Ver preços
- Data da estadia: abr. 2010