Chão do Rio – Turismo de Aldeia
As histórias bonitas merecem ser contadas. E contar a história do Chão do Rio, um Turismo de Aldeia, que fica numa aldeia que sempre esteve no mapa mas de que poucos terão ouvido falar, não chega a ser uma obrigação, mas antes um dever prazeiroso. Porque conta a historia de como duas pessoas cansadas da vida da cidade se deixaram entregar aos humores e amores da montanha. O resultado foi partilhar esse amor com os hóspedes, e dar oportunidade a qualquer família, casal romântico, grupo de amigos, de experienciar de perto o que é a vivência de uma aldeia da serra, e sentir o pãozinho quente acabado de cozer na mesa da merenda da tarde, depois de a ter passado a apanhar amoras ou a preguiçar numa cama de rede.
Foi isso que Catarina e Rudolfo sonharam para si, quando compraram a quinta e restauraram um antigo abrigo de cabras, no sopé da Serra da Estrela. A casa da Cumeada acabou transformada em alojamento Local. E empreendedorismo e a força de vontade de Rudolfo e Catarina fizeram o resto, e “de repente”, surgem mais cinco casas, posicionadas à volta de uma piscina biológica. Em todas, e em cada uma delas, a vivência é a mesma: vida de aldeia, comunhão com a natureza, tranquilidade total.
Não cheguei a conhecer a tal casa grande, mas posso falar de tudo o que conheci na Cotovia, uma das tais cinco casas que circundam a piscina, casas gémeas na construção e diferentes na decoração. Na Casa da Cotovia tudo é provençal, romântico, bucólico. Sem rendas nem folhinhos, mas antes despretensioso e singelo.
As casas do Chão do Rio têm todas uma mezzanine onde repousa a cama de casal, e no piso térreo o espaço amplo onde sala e cozinha se confundem e coabitam para aproveitar o calor da lareira no inverno, ou o frescor das pedras no verão. Sim, que as paredes são de pedra e os telhados são de colmo, mas esta é uma rusticidade transportada para o conforto do presente.
Devo, porém, confessar, que não foi dentro da casa que eu mais passei os meus dias – e também não foi na acolhedora rede que, pendurada no terraço à entrada, me desafiava permanentemente. Há muito para fazer na quinta, sobretudo quem, como eu, foi acompanhada de duas crianças: há bicicletas (com cadeirinha de bebé e tudo!) e carrinhos de mão para quem quer passeios com rodas, há trilhos que nos levam a pomares e a matas, há amoras para apanhar, há galinhas à vista, e há, claro, a piscina, irrecusável para os dias quentes. Eu fiz isso tudo e ainda fiz uma massagem debaixo de um carvalho centenário.
Quando a Silvia, a técnica, me perguntou se queria fazer a massagem no exterior ou no quarto, nem hesitei. E em boa hora o fiz, que escusado será dizer que sentir chegar o fim da tarde e a luz do sol coada pelo amarelo outonal das folhas dos castanheiro, mergulhada numa marquesa de massagens, a sentir o corpo a ser mimado enquanto que em pano de fundo, muito lá ao fundo, se sentia era uma algazarra de pássaros a confundir-se com a alegria das crianças, não é experiência que se troque por nada.
Em boa hora o Rudolfo e a Catarina se apaixonaram por este lugar. E em melhor hora decidiram abrir as portas aos “convidados”, e arregimentar a simpática Dona Emília, experimentada técnica de auxiliar educativa na aldeia de Travancinha, para receber os hóspedes. Agora também já “tenho” uma aldeia na Serra a que posso regressar muitas vezes. E tudo por causa do amor de duas pessoas por um lugar.
Como é o Chão do Rio?
“Uma história de amor de duas pessoas por um lugar e que é partilhado por todos os que prezam o regresso às coisas simples.” Luísa Pinto
Localização
A Chão do Rio – Turismo de Aldeia fica na aldeia de Travancinha, no concelho de Seia, numa zona da serra que fica bem longe das enchentes turísticas e das estradas que ficam cortadas aos primeiros nevões. Fica à entrada da serra, na zona de fronteira entre os distrito de guarda e Coimbra, na vizinhança de Nelas e Oliveira do Hospital, num local relativamente baixo em altitude mas muito abrangente em termos de panorâmica e paisagem, sobre o vale do André.O centro de Seia fica a 12 km da unidade. As áreas verdes do Parque Natural da Serra da Estrela estão a 15 km
Morada: R. da Calçada Romana, 6270-604 Travancinha, Portugal
Quartos
Não se fala de quartos, mas de casas. São pequenas casas, todas independentes e todas elas com cama de casal num mezzanine e um sofá que se converte em cama (ou, num dos casos, um beliche). Cada uma das cinco casas estão suficientemente equipadas para dar resposta à preparação de uma refeição, não necessariamente ligeira. E se por fora as casas do Chão do Rio são todas iguais – apenas a cor difere – por dentro a decoração mostra o quanto esta arte pode diferenciar um espaço. Há a casa da Ribeira, a da Cotovia, da Loba, do Pastor e a Churra. E há, ainda, a casa maior, a da Cumeada, onde tudo começou. Simplicidade é, talvez, a palavra chave de todas elas.
Atmosfera
Um ambiente familiar, onde domina a tranquilidade e onde a grande mais valia é o espaço envolvente. Deve haver poucos sítios como o Chão do Rio, onde os pais podem deixar as crianças livres e à solta – têm oito hectares para se “perder”, sem saírem dos limites da quinta. É fácil fazer amigos entre os “vizinhos” e experimentar o prazer de estar num pequeno alpendre, iluminada pelo nascer do sol ou refrescada pela brisa da tarde.
Pequeno-almoço (café da manhã)
Está tudo dentro de um cesto, entregue à chegada, onde não falta nada: o leite e os iogurtes, os queijos e as compotas, o café e o chá, os sumos e o mel. E um bolo negro. E um pão, que é reposto, directamente do forno da aldeia, todos os dias perto das cinco da tarde. Assim, simples.
Conclusão
- Pontos fortes: sossego, a tranquilidade, o espaço envolvente
- Pontos fracos: não há nada de relevante a assinalar.
- Em resumo: perfeito para qualquer investida na serra, em qualquer estação do ano.
- Ideal para: casais, famílias
- Preço: desde 100€ duplo · Ver preços
- Data da estadia: set. 2015